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05/03/2015 - Dia Internacional da Mulher


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Comunicação Sindicato

 

Mais um Dia das Mulheres chega e pouco temos para comemorar. O ano de 2014 começou com a comunidade internacional estarrecida com a notícia do sequestro de 276 jovens mulheres na Nigéria. O grupo Boko Haram assumiu o sequestro e justificou que as estudantes estavam se prostituindo por estarem em uma escola que ensinava conteúdo ocidental. A barbárie também passa por aqui e no mesmo mês, em abril, a população brasileira assistiu uma viatura da polícia militar arrastando em alta velocidade pelas ruas do Rio de Janeiro o corpo de uma mulher negra atingida por uma bala perdida durante troca de tiros entre polícia e traficantes. Mãe de quatro filhos, Claudia Silva Ferreira tinha 38 anos, conhecida no Morro da Congonha como Cacau e era auxiliar de serviços gerais do Hospital Naval Marcílio Dias. Nascida e criada em Madureira, ela ainda cuidava de quatro sobrinhos. A vítima faria 20 anos de casada com o vigia Alexandre Fernandes da Silva, de 41 anos, em setembro de 2014.

 

Que quando falemos no Dia Internacional das Mulheres, lembremos da nossa colega Claudia Silva Ferreira. Sabemos porque ela foi baleada e depois arrastada como um saco de lixo por quilômetros. Era porque era mulher, porque era negra, porque era da periferia e porque não tinha doutorado. Era igual a nós, que estamos constantemente na mira do revolver, que somos constantemente desrespeitadas no nosso local de trabalho e nos nossos bairros. Mas não deixemos que a morte de Claudia seja em vão, pois errada está a sociedade que não valoriza uma trabalhadora de um serviço tão essencial a comunidade como a saúde. Errada está a sociedade que mata uma mãe de família e a arrasta pela rua como se ainda vivêssemos na era primitiva.

 

A barbárie não está só nas notícias sobre o Oriente Médio ou África, está aqui, no Brasil, que diariamente mata mulheres como Claudia. Nossas vidas para mudar essa realidade. Nossas filhas não merecem passar por tudo que temos passado. O SINDISAÚDE RS está a serviço da categoria para construir uma nova sociedade, onde mulheres não sejam descriminadas, assediadas e até mesmo assassinadas pelo seu gênero, raça e classe social. Claudia Silva Ferreira, presente!