- Nesta segunda-feira (17/04), em sala lotada pelos trabalhadores, foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RS) a segunda reunião de mediação entre as entidades sindicais da Campanha Salarial Unificada de 2016 e o Sindiberf (sindicato que representa hospitais beneficentes, religiosos e filantrópicos).
Mediação durou mais de três horas na tarde de ontem
Diferente da primeira reunião, quando a entidade patronal parecia estar disposta a um entendimento com os sindicatos profissionais, ontem o Sindiberf se mostrou intransigente ao não avançar na proposta de 5% na reposição salarial de 2016. A proposta patronal é pagar os 5% retroativos a novembro de 2016 até o mês anterior às datas-bases de cada categoria.
As entidades de classe e o próprio mediador, o desembargador João Pedro Silvestrin, esperavam que o Sindiberf garantisse o INPC do período. “Parece que estamos retrocedendo. Não vejo avançar”, afirmou a advogada Raquel Paese. Por isso, os sindicatos propuseram que se construa um ajuste que contemple também o INPC acumulado em 2017 - no caso do Sindisaúde-RS, 4,57%.
De acordo com os representantes do Sindiberf, as receitas para 2017 estão menores, não havendo sinalização do sindicato patronal avançar no dissídio 2016/2017. “A ‘pilantropia’ é um grande negócio. Não posso aceitar que os hospitais saiam como coitadinhos”, rebateu o presidente do Sindisaúde-RS, Arlindo Ritter.
Arlindo Ritter falou sobre a desvalorização da classe trabalhadora pelos hospitais filantrópicos
Depois de mais de três horas de reunião e diante da proposta vergonhosa da patronal, o desembargador João Pedro Silvestrin encaminhou nova recomendação para ser analisada em assembleia do Sindiberf: os 5% oferecidos mais o INPC acumulado em 1º de abril de 2017 do período, de 4,57%, a serem pagos 50% na data-base da categoria majoritária (Sindisaúde-RS) e o restante 60 dias após.
O Sindiberf tem até o próximo dia 24 de abril para apresentar uma nova posição.
Entidades presentes na mesa
Estiveram na mesa de negociação: o presidente do Sindisaúde-RS, Arlindo Ritter e o secretário-geral, Julio Jesien, acompanhados da assessoria jurídica do sindicato. Além deles, a vice-presidenta do Simers, Maria Rita Assis Brasil, o presidente do Sergs, Estêvão Finger, e representantes do Sindifars.
Diretores e delegados sindicais permaneceram até o final da reunião
Fotos: Gabrielle de Paula/Assessoria Sindisaúde-RS