No dia de hoje, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra no Brasil, um dia criado em homenagem à resistência e à luta diária do nosso povo negro diante de todas as dificuldades impostas, tanto pelo Estado quanto pela sociedade, ao longo de toda a história brasileira. Este dia serve também como forma de valorizar e refletir sobre o impacto que a cultura africana teve no desenvolvimento da identidade cultural brasileira.

A luta do povo negro é a luta de todos nós, trabalhadores e trabalhadoras!

Ciclo de palestras

O Sindisaúde-RS realiza atividades para celebrar a data há anos. Por isso, no dia de hoje (20), o diretor Júlio Duarte participou do ciclo de palestras "Saúde da população negra: interfaces com a enfermagem e os desafios na superação do racismo institucional", no qual foi convidado especial do Coren-RS para participar da mesa de abertura. "A importância desta data está no nosso cotidiano, pois a população negra é a maioria na Enfermagem", comentou Duarte em uma de suas falas no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Confira mais fotos ao pé da matéria.

O diretor de assuntos do interior, Júlio Duarte, palestrou na mesa de abertura do ciclo de palestras organizado pelo Coren-RS

Seminário ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa

Por que foi escolhido este dia?

Foi nesse dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi dos Palmares. Este foi a principal liderança do chamado Quilombo dos Palmares, que se localizava na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. A fama e o símbolo de resistência e força contra a escravidão mostrado pelos quilombolas fizeram com que a data da morte de Zumbi fosse escolhida pelo movimento negro brasileiro para representar o Dia da Consciência Negra. A data foi estabelecida pela Lei 12.519/2011.

O fim da abolição não representou o fim dos problemas sociais para os escravos libertados. O racismo e a resistência à inclusão dos negros na sociedade brasileira continua. A resistência dos negros não se fez somente no confronto direto contra os senhores e forças militares, ela também ocorreu no aspecto religioso e cultural, como no candomblé, na capoeira e na música, e continua até hoje, contra toda forma de discriminação. Relembrar essas características culturais nesta data é uma forma de mostrar a importância dos africanos escravizados e de seus descendentes na formação social do Brasil.

A luta sindical e o movimento negro

A luta sindical e o movimento negro estão entrelaçados profundamente no Brasil. Isso porque, para reverter o quadro de marginalização no começo da República, os libertos, ex-escravos e seus descendentes instituíram os movimentos de mobilização racial negra no Brasil. Esses movimentos estão ao longo da história brasileira desenvolvendo diversas estratégias de luta pela inclusão social do negro, superação do racismo e do trabalho escravo na sociedade brasileira, pauta que o sindicato tem em comum ao lutar pelos direitos e a dignidade do trabalhador de uma forma coletiva e igualitária, ciente de que a base do operariado brasileiro é em sua grande maioria negra.