Na última sexta-feira (12), aconteceu a segunda reunião, por videoconferência, da comissão constituída após Mandado de Segurança impetrado por Sindisaúde-RS e outras entidades de classe. A comissão tem o objetivo de alcançar soluções, junto à gestão, para problemas relacionados aos trabalhadores dentro dos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). “Foi somente através da ação das entidades de classe que essas reuniões semanais foram tornadas possíveis. A decisão liminar determinou a criação dessa comissão permanente, além de ter assegurado o direito das entidades de conferirem as condições de saúde e segurança e a realocação dos trabalhadores do grupo de risco",  explicou a vice-presidenta do Sindisaúde-RS, Claudete Miranda, que representa o sindicato nas reuniões, cuja formatação está sendo feita com o auxílio de mediação do TRT-4. Os demais sindicatos envolvidos são o Sergs, Sinditest-RS e Sindifars, além da Aserghc.

"Se as entidades de classe não estiverem presentes na tomada de soluções nesse momento, os gestores podem não conseguir dar conta de todos os aspectos de segurança do trabalho. Nem seria por má vontade, mas por desconhecimento de algumas situações específicas que nós, trabalhadoras e trabalhadores, temos conhecimento e com as quais podemos contribuir", complementou Claudete.

Na imagem, participantes da audiência de mediação nesta segunda (15)

Visita ao setor de Covid-19 hoje (17)

Conforme deliberado na reunião de sexta, Claudete e o diretor do sindicato e presidente da Aserghc, Arlindo Ritter, farão uma visita ao setor de internação de positivados para Covid-19 hoje, quarta-feira (17), onde irão buscar identificar problemas de segurança no trabalho para levar à mesa na terceira reunião, que ocorre nesta sexta (19).

Testagem geral

Nas reuniões semanais instituídas através do trabalho junto ao TRT-4, os sindicatos têm buscado, prioritariamente, a testagem geral dos trabalhadores do Grupo, na linha da decisão do desembargador Jirair Aram Meguerian, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que concedeu o direito aos trabalhadores da saúde serem testados mesmo se assintomáticos, desde que tenham trabalhado na linha de frente do combate à Covid-19. O Governo Federal, parte na ação, foi recentemente citado novamente na decisão, o que deve fazer com que, dentro das próximas semanas, haja encaminhamento para o tema.

Atenção à saúde mental

Ademais, também a saúde mental está sendo tratada junto ao grupo para que soluções sejam oferecidas. "Levamos à mesa as dezenas de relatos que o Sindisaúde-RS tem recebido acerca de profundo abalo psicológico de nossos (as) colegas da linha de frente. São relatos feitos diretamente à diretoria ou no nosso site, e trazem a realidade de um país onde se perderam 170 vidas da linha de frente - e isso falando apenas da Enfermagem. É um cenário de enorme tristeza para todos nós, seja pela pressão de estar na linha de frente, seja por já termos, enquanto trabalhadores (as), contraído a Covid-19", comenta Claudete.

EPIs seguem em pauta

Na linha de prevenir contaminações, ainda mais em um momento em que cerca de 80% dos leitos de Covid-19 da Capital estão ocupados, as entidades de classe seguem permanentemente levando à mesa denúncias sobre uso de EPIs. “A pandemia de coronavírus apenas trouxe à tona questões de segurança do trabalho que já eram cobradas naturalmente nas negociações coletivas pelo Sindisaúde-RS. A falta de EPIs tem sido um problema notório desde o início da pandemia em hospitais de todo o Brasil, e nós continuamos recebendo denúncias”, comentou Arlindo Ritter, que representa a Aserghc nas reuniões.

Audiências no TRT-4 prosseguem mesmo com comissão permanente

Em paralelo às reuniões da comissão permanente, na segunda (15) teve lugar a segunda audiência de mediação, conduzida pelo dr. desembargador Francisco Rossal  e com a presença das mesmas entidades de classe, representantes da gestão e do Ministério Públlico do Trabalho (MPT). A audiência procura auxiliar  na busca de soluções entre sindicatos e gestão.

GHC terá que publicizar reuniões da comissão

O dr. desembargador Francisco Rossal pediu à gestão do GHC que publicize, nos seus próprios meios, a criação e o trabalho dessa comissão permanente.

Na foto, imagens da última audiência do TRT-4, mediada pelo dr. desembargador Francisco Rossal

Fotos: Claudete Miranda