Home > Notícias > HCPA - Com tom irônico, presidenta do hospital recebe trabalhadores e reivindicações

23/01/2019 - HCPA - Com tom irônico, presidenta do hospital recebe trabalhadores e reivindicações


Compartilhe nas suas redes sociais!


Comunicação Sindicato

Os trabalhadores dos setores da creche, lavanderia, engenharia e refeitório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, liderados pelo Sindisaúde-RS, paralisaram suas atividades durante a manhã de hoje. O ato de luta foi motivado pela redução abrupta e desumana do adicional de insalubridade e retirada do de periculosidade de cerca de 200 funcionários (as), que se encontram predominantemente na faixa dos menores salários do hospital. Além disso, um documento reivindicando abertura de negociações foi entregue à presidenta do HCPA, e uma assembleia ficou marcada para o dia 31, na qual pode ser definida a paralisação da categoria.

Trabalhadores se engajaram com força na luta pelos seus direitos

Presidente do HCPA, Nadine Clausell, recebeu a demanda dos trabalhadores em tom irônico (crédito da foto: Julioo Jesien arquivo pessoal)

O ato

O ato começou às 7 horas, com a presença de veículos de imprensa e dezenas de trabalhadores. Após discursos dos diretores do Sindisaúde-RS e de funcionários (as), os manifestantes dirigiram-se à administração do hospital por volta das 10 horas, com a intenção de formalizar a entrega de documento, redigido pelo sindicato, em que constavam as reivindicações da categoria acerca do tema e a solicitação de abertura de negociações para obter medidas compensatórias a respeito dos adicionais suprimidos ou reduzidos.

Confiança na luta e união com o sindicato: essa é a força que tem a classe trabalhadora

Presidenta do HCPA: ironia com trabalhadores (as)

No entanto, a luta dos trabalhadores por uma fatia que diz respeito a menos de 0,003% do orçamento do hospital, mas que corresponde muitas vezes a cerca de 15% de suas remunerações mensais, foi absolutamente desprezada justo pela pessoa que mais deveria ter consideração com seus empregados.

A presidenta do hospital, Nadine Oliveira Clausell, deixou a todos sentados no chão do saguão do hospital desde as 10h até as 12h e 30min - duas horas e meia! -, até ter a decência de receber os manifestantes. Enquanto lia o documento, Nadine demonstrou-se afrontosa e sarcástica acerca das reivindicações dos trabalhadores, argumentando, com tom de ironia, sobre cada parágrafo do documento apresentado, não transparecendo qualquer sensibilidade pela luta dos trabalhadores (as), posição nada convencional para alguém em cargo de tamanha relevância.

Trabalhadores (as) esperaram duas horas e meia no saguão até serem recebidos (as)

Assembleia coloca paralisação em votação

A presidenta, forçada pela manifestação, recebeu o documento, mas não se comprometeu a abrir negociações. Por causa desse posicionamento, os funcionários e funcionárias do HCPA definiram pela realização de uma assembleia no dia 31/01, em cuja pauta consta a votação pela paralisação dos setores, o que afetaria o atendimento de todo o hospital. O edital será publicado na edição de 24 de janeiro (amanhã, quinta-feira) do Correio do Povo. “A luta conjunta do Sindisaúde-RS com os trabalhadores sempre rendeu avanço na garantia dos direitos da categoria”, afirmou o presidente do sindicato, Arlindo Ritter

Trabalhadores ainda definiram pela assembleia do dia 31 que votará paralisação

Entenda o caso

A gestão mexeu nos adicionais de insalubridade e periculosidade de mais de 200 trabalhadores, ou retirando totalmente ou reduzindo o valor pago. Esse valor é irrisório para o orçamento do hospital, mas corresponde muitas vezes a cerca de 15% das remunerações dos (as) afetados (as), que em sua maioria se encontram nas faixas salariais mais baixas. "Todos nós temos que ter bem claro que, se não houver muita luta e união, a gestão passa por cima", afirmou o diretor Julio Jesien na assembleia que definiu o ato ocorrido hoje.

Crédito das fotos: Sindisaúde-RS / Tiago Coutinho