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25/07/2018 - IMESF – Aprovada greve geral nos postos de saúde a partir do dia 31


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Comunicação Sindicato

Chega, Marchezan.

Os trabalhadores e trabalhadoras do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF) chegaram ao seu limite. Após quase três anos sem reposição salarial, sem negociação de fato e com tentativa de retirada da GID, centenas de integrantes da categoria aprovaram, ontem à noite, a greve geral por tempo indeterminado a partir do dia 31 de julho. Os funcionários do IMESF representam, segundo o vice-presidente do Sindisaúde-RS, Julio Appel, cerca de 70% do contingente de trabalhadores dos postos da Capital.

Trabalhadores foram unânimes: categorias já não aguentam mais a falta de consideração para com suas profissões (crédito da foto: Assessoria de Imprensa Sindisaúde-RS / Stéfano Moura)

Mesmo com a paralisação de 2 mil trabalhadores na última quarta (18), o prefeito Nelson Marchezan sequer se dignou a receber a categoria que se juntou em frente à Prefeitura durante o dia. “Não há mais saída. A gestão do IMESF diz que não tem capacidade de negociação, a Prefeitura não negocia... são já quase três anos sem reposição das perdas. Chega, agora é greve!”, afirmou o presidente Arlindo Ritter.

Categoria demonstrou forte mobilização para a greve (crédito da foto: Assessoria Sergs / Tiago)

 

Paralisação do último dia 18 já havia dado o recado a Marchezan: vamos à luta!

A partir de agora, a gestão do IMESF, o Poder Público e a população usuária serão comunicados através de edital sobre a paralisação nos postos, que terá início dia 31, às 8 horas. Além disso, nesta quinta (26), o Simpa realiza assembleia para deliberar sobre a greve. Se esta também for aprovada, todos os funcionários de postos de saúde da Capital estarão parados, o que paralisaria o atendimento básico.

Trabalhadores lotaram completamente o local da assembleia; chegou a faltar cadeiras

A pauta

- Reposição das perdas da inflação de 2016, 2017 e 2018 (INPC).

- Integração da Gratificação de Incentivo ao Desempenho (GID) ao salário-base.

- Manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho 2015 com os avanços já alcançados em mesa de negociação com relação às cláusulas sociais.

A assembleia

Cerca de 500 pessoas se fizeram presentes desde as 17h e 30min de ontem à noite, na Rua Barros Cassal, 220, para a assembleia convocada pelo Sindisaúde-RS, Sergs (enfermeiros) e Sindacs (agentes de combate a endemias). O Soergs (dentistas) também acabou aderindo ao movimento.

O vice-presidente do Sindisaúde-RS, Julio Appel, conduziu os trabalhos, junto ao presidente Arlindo Ritter. Além deles, compuseram a mesa o presidente do Sergs, Estêvão Finger, a presidenta em exercício do Sindacs, Valdívia Gonçalves Lucas, o presidente da CUT, Marizar Mello.

Diretores sindicais explicaram que todo o necessário para evitar a greve foi feito pelas entidades

Appel começou desmentindo o e-mail que circulou no início do dia, que tinha a clara intenção de desmobilizar a categoria. “Pessoal, não caiam nessa: eles querem atrelar a GID a metas de desempenho. Isso é retirar o que vocês já têm por direito, retirar 10% do salário-base de vocês! A única saída é a nossa luta unificada”. O advogado Sílvio Boff, que representa Sindisaúde-RS e Sergs, reforçou a fala do vice: “Chega a ser um absurdo que os gestores chamem os sindicatos para fazer a ‘proposta’ que fizeram. É como se quisessem que nós ajudássemos eles”.

Appel (ao centro) conduziu os trabalhos

Após, os demais sindicalistas fizeram suas falas, para então passar à votação, que aprovou a greve por unanimidade, bem como elegeu uma comissão de trabalhadores, composta por pessoas de vários postos diferentes, que ajudarão a manter a categoria informada.

A comissão de trabalhadores

- Gerusa Bittencourt - Unidade Esmeralda
- Ana Maria da Luz - Unidade Herdeiros
- Rosemeri Osório Quevedo - GD Centro
- Aline Oliveira - Unidade Farrapos
- Janaína Cortes Gomes - Unidade Ramos
- Luciana Carvalho - Clínica de Saúde
- Marizur Daiello Jung - delegada sindical
- Lúcia Mazoni - Unidade Guarujá
- Romualdo Adriano Lima - Unidade FAPA
- Luciana Trespach - Vigilância Sanitária

Comissão eleita vai ajudar na orientação de colegas durante a paralisação

O TRT

Durante a tarde de ontem, 24 de julho, os sindicatos foram convidados a comparecer a uma reunião de mediação no Tribunal Regional de Trabalho da 4ª Região (TRT-4) com o secretário de saúde em exercício, Pablo de Lannoy, e demais representantes jurídicos do município. No entanto, a gestão basicamente não apresentou nenhum avanço novamente para as negociações.

Entenda

O IMESF é uma fundação pública de direito privado, que tem um contrato de gestão com a Prefeitura Municipal. Devido a essa situação, os funcionários do IMESF atuam sob o regime celetista, diferentemente de seus colegas representados pelo Simpa, os municipários.

Os municipários, ainda que atuando nos mesmos postos de saúde que os imesfianos, são contratados diretamente pelo município, trabalhando portanto sob o regime estatutário. Por essa razão, ainda que os trabalhadores exerçam exatamente o mesmo serviço, são representados por diferentes sindicatos.

Nota à imprensa

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