Em assembleia geral aberta a todos os trabalhadores realizada ontem (25) na Igreja Pompeia, as categorias representadas pelo Sindisaúde-RS deram um grande “NÃO!” à Reforma Trabalhista, ao decidirem que, em 2018, continuarão financiando a luta do sindicato por mais direitos.
Trabalhadores e diretoria comemoraram juntos a decisão, que permitirá às categorias representadas pelo Sindisaúde-RS disporem de um sindicato continuamente foralecido
A proposta aprovada terá, este ano, para fins práticos de cobrança, o mesmo molde anterior à Reforma Trabalhista: será descontado um dia de trabalho no mês de março. A diferença crucial para as décadas anteriores é que, dessa vez, foram as próprias categorias representadas pelo Sindisaúde-RS que disseram “sim” ao financiamento trabalhista da luta por direitos.
“O que estamos propondo é, neste ano, termos uma contribuição sindical, aprovada desde a base, que mantenha o sindicato forte. Nossos passos imediatos agora serão o de buscar o diálogo nos hospitais e clínicas sobre formas alternativas para próximos anos”, afirmou o presidente Arlindo Ritter.
Esq. para a dir.: Arlindo Ritter (pres. Sindisaúde-RS); Milton Kempfer (pres. Feesers); Carlos Alexandre Silveira e Júlio Jesien (diretores do Sindisaúde-RS) e Sílvio Boff (adv. sindicato)
O sindicato comunicará às gestões de hospitais e clínicas em sua base sobre a decisão soberana dos trabalhadores, para que já em março a receita esteja disponível, de maneira que o Sindisaúde-RS possa realizar campanhas salariais em 2018 que tenham ainda mais força que a de anos anteriores. Mesmo em meio à crise propagada pelos últimos governos federais, o sindicato conseguiu fechar suas duas maiores convenções coletivas – Sindihospa e Sindiberf – com a garantia da reposição do salário antes das datas-bases seguintes, o que preveniu os trabalhadores de perdas futuras.
Salão 1 da Igreja Pompeia esteve praticamente lotado
Governo Temer criou a própria derrota
O sindicato se baseou justamente em um dos itens da Reforma Trabalhista que o Governo Federal criou para atacar diretamente a classe trabalhadora: o predomínio do negociado sobre o legislado.
Quando Temer e a turma de patrões que escreveu a Reforma Trabalhista estabeleceram essa relação na nova lei, a intenção deles era de enfraquecer a luta dos trabalhadores por mais direitos, já que estes teriam que negociar diretamente com os patrões sem a devida proteção legal.
No entanto, agora o Sindisaúde-RS se utiliza do texto da lei para impor uma grande derrota a quem ataca a classe trabalhadora, pois é esta que aprova, hoje, a continuidade do financiamento da luta trabalhista.
Sem aprovação, perda seria de 55% da receita
A administração do sindicato já havia apresentado, na última assembleia de prestação de contas, a previsão de perda de receita que aconteceria a partir da Reforma Trabalhista, que deu fim ao imposto sindical: 55%.
Proposta adicional acatada
Atendendo a uma proposta feita por integrantes de gestões anteriores do sindicato, a gestão Podemos + Saúde irá, a partir de agora, intensificar a presença nas bases durante as próximas semanas para orientar as categorias, sanar dúvidas e coletar assinaturas para ratificar a decisão de assembleia.
Votação foi quase unânime, com 4 discordâncias