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05/07/2023 - CAMPANHA SALARIAL 2023 - A cadeira vazia revela o descaso do Sindiberf com você, trabalhador de hospital filantrópico!


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Júlio Câmara - Comunicação

 

Campanha Salarial 2023

A cadeira vazia que ilustra esta notícia estava reservada a Ricardo Englert, representante da Santa Casa e presidente do Sindiberf, sindicato que representa os patrões de hospitais filantrópicos. A ocasião era a terceira mediação judicial no Tribunal Regional do Trabalho e sua ausência, como presidente do sindicato patronal e representante dos empregadores de mais de 40 mil trabalhadores, impediu a continuidade das negociações.

A ausência fala muito sobre o tratamento dispensado pelos patrões dos hospitais filantrópicos aos seus funcionários. A quem interessa o atraso nas negociações para fechar a convenção coletiva? Basta dizer que o Sindiberf se recusa a pagar o reajuste retroativo à data-base, que é 1º de abril de 2023.

Enquanto a cadeira vazia na sala da vice-presidência do TRT atrasava ainda mais as negociações, desvalorizando o salário dos profissionais da saúde, a menos de 10 minutos de distância dali,  ocorria mais uma inauguração no Hospital Nora Teixeira, o primeiro hospital do Complexo Santa Casa que não possui o nome de um santo ou bispo. Quem nomeia o hospital é uma super-rica.

Outros ricaços são homenageados dando seus sobrenomes aos andares do novo hospital, o que contrasta com a situação de quem trabalha no cotidiano da Santa Casa. Investimentos e doações devem sempre ser bem-vindos, mas precisam ser acompanhados de uma gestão responsável para lidar com todos os desafios de uma instituição do tamanho da Santa Casa. É inevitável perguntar: será que Nora, Alexandre Grendene, os Zaffari, Poester, Vontobel, Ribeiro, Ling, Gazzola Irineu Boff, JBS, Josapar/Real Empreendimentos, alguns dos filantropos que viabilizaram a construção do novo hospital, sabem que ali os funcionários recebem um salário-base médio de R$ 2 mil, no caso do pessoal da enfermagem, e que apenas R$1.658 é pago ao pessoal da nutrição, higienização, apoio e administrativo?

 

Santa Casa de "Misericórdia"
O discurso filantrópico que figura nas colunas sociais, fundamentado na solidariedade e compaixão, entra em conflito com o sentimento de ingratidão que os empregadores demonstram com os funcionários no momento das negociações da Convenção Coletiva. É urgente sintonizar os benfeitores com as administrações, pois os profissionais da saúde, aplaudidos pelas janelas enquanto enfrentavam a pandemia na linha de frente, seguem recebendo salários muito aquém do que merecem, sem qualquer valorização profissional!

Negociação da Convenção Coletiva Sindisaúde-RS/Sindiberf em andamento

A reivindicação de reajuste salarial dos trabalhadores, decidida em assembleia, é corrigir a inflação (4,36%) e acrescentar aumento real nos salários. Além disso, o sindicato busca abono salarial para compensar os danos de a categoria ter recebido apenas o reajuste da inflação de 2020, 2021 e 2022, e sem retroatividade.

Foram realizadas, até o momento, duas mediações judiciais para tratar da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Sindiberf, contudo, oferece apenas o valor da inflação em duas parcelas, sendo uma em novembro e a segunda em fevereiro de 2024. Na terceira audiência, chegamos ao ponto da cadeira vazia.

Nova mediação marcada

O Sindisaúde-RS está com pressa na negociação, considerando o histórico de prejuízos relacionados à falta de retroatividade. A próxima mediação está marcada para o dia 26 de julho.