Em 7 de abril do ano passado, o Sindisaúde-RS, que em nenhum momento da pandemia se furtou à luta, realizava um tristíssimo ato in memoriam de, naquela época, 340 mil vidas perdidas. Em um ano, esse número praticamente dobrou. Hoje, 7 de abril de 2022, são 661 mil vidas perdidas.
Grande parte dessas centenas de milhares de vidas poderiam ser salvas se o governo brasileiro tivesse agido como se espera de nossos eleitos: com humanidade, dignidade e respeito ao cargo conferido pelo povo brasileiro. E dessas centenas de milhares de pessoas que poderiam ser salvas, estima-se que cerca de 11 mil são de trabalhadores (as) da saúde brasileiros, colocando o país em 4º do mundo onde mais morreram trabalhadores da saúde. No mundo, aliás, foram entre 80 a 180 mil trabalhadores da saúde que faleceram na pandemia, segundo a OMS.
O posicionamento cínico e lento do Governo Federal na aquisição de vacinas levou a perdas irreparáveis. Perdas que não se pagam. São vidas. Hoje, apesar da maluquice, fake news e falta de amor ao próximo de uma minoria, ficou comprovado que as vacinas, tão atacadas pelo presidente, salvaram as vidas de nós que aqui continuamos, levando a pandemia a deixar de ser a principal notícia do dia. Inclusive, uma das conquistas do Sindisaúde-RS mais comemoradas por nós e pela categoria no ano passado foi a antecipação da vacinação e maior abrangência de categorias profissionais da saúde em Porto Alegre, em negociação feita pelo Sindisaúde-RS junto à Prefeitura (clique aqui para lembrar).
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior sistema de saúde público do mundo. E, se não fosse ele, como nossos representantes eleitos só foram aprender em meio à crise, seriam muito mais mortos. Infelizmente, o fato é que as pessoas que estiveram na frente do processo da pandemia, principalmente da logística (mesmo a pasta da saúde sendo comandada por um militar), fizeram com que todo esse período se transformasse em um dos piores momentos da nossa história.
Reconhecer é repor as perdas dos últimos anos e aprovar o PL 2564!
Neste 7 de abril, o Sindisaúde-RS clama pela valorização dos profissionais da saúde. Pelo RS afora, há locais que que trabalhadores recebem salários que chegam a serem menores que o mínimo regional. Por quê? O grande problema está na gestão pública. Os gestores não reconhecem o trabalho desses profissionais, inventando atrocidades sobre a questão da proporcionalidade e fazendo com que colegas, por exemplo, da higienização e da nutrição, recebam menos do que o mínimo regional mesmo ao cumprirem com suas jornadas de trabalho historicamente consolidadas, ou seja, de 180 horas.
Neste momento, que certamente foi o pior da História da humanidade em séculos, o Sindisaúde-RS reivindica que nossos governantes reconheçam os trabalhadores através da remuneração e mais direitos! Remunerando melhor exames, internações e, principalmente, os profissionais que fazem tudo acontecer. O sindicato busca 19% de reajuste para todos trabalhadores representados pelo Sindisaúde-RS em hospitais e casas de saúde do RS. Além disso, negociamos com as patronais para que todos hospitais tenham setores ativos de Saúde do Trabalhador, dada a alta incidência de doenças mentais que ficaram como resultado da pandemia, e de sequelas da Covid-19 em muitos (as) colegas da saúde que se contaminaram.
E no plano nacional, o Sindisaúde-RS atua com muita presença junto ao Congresso desde o início de 2021 para aprovar o PL 2564, que institui o Piso Nacional da Enfermagem. Até ontem, inclusive, nossa vice-presidenta estava em Brasília, visitando diversos parlamentares em busca da aprovação do sonho de décadas da enfermagem brasileira. Queremos a votação do PL 2564 conforme prometido, até final de abril, e a aprovação de nosso piso!