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27/07/2022 - GHC - Vale e Banco são renovados, mas votação é acirrada


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Stéfano Mariotto de Moura - Coordenador de Comunicação

As (os) trabalhadoras (es) representadas (os) por dez sindicatos no Grupo Hospitalar Conceição (GHC) sinalizaram, através de uma votação de quase 2 mil pessoas, seu esgotamento com a falta de reconhecimento da gestão. Mesmo com muito esforço das entidades que negociam, desde março, o reajuste do Vale-Alimentação (VA) e as regras do Banco de Horas, a gestão do GHC segue à linha a política do Governo Federal de não reconhecer as (os) trabalhadoras (es) da saúde, mesmo com o heroísmo demonstrado por elas (es) ao longo da pandemia.

Após a assembleia, a categoria manifestou sua indignação com o posicionamento da administração através de um resultado muito acirrado. Com relação ao VA, 56,1% dos votos concordaram com a última proposta da gestão do GHC, enquanto 42,2% manifestaram-se contrárias (os). Por outro lado, 74% foram favoráveis à proposta de renovação do ACT que regula o Banco de Horas para representadas (os) pelo Sindisaúde-RS.

Com isso, ambos os ACTs serão renovados até 31 de março de 2023.

 

Resultados finais

Assembleia foi em frente ao ambulatório (crédito da foto: Gabrielle Paula / Comunicação Aserghc)

O que fica definido com essa votação?

O Vale-Alimentação permanece sendo pago até 31 de março de 2023, pois o ACT que define a existência do benefício foi renovado através dessa votação dos trabalhadores. Porém, a mesma votação também acaba aceitando, em conjunto, a "proposta" patronal de 0% de reajuste.

O Banco de Horas também foi renovado até 31 de março de 2023, pois, da mesma forma que com o Vale, o ACT que define a existência do benefício foi renovado através da votação da categoria.

Banco de Horas é bom para o patrão, fica esperto (a)!

Os sindicatos reiteram: a manutenção do Banco de Horas é bom para a gestão, pois com ele o GHC não precisa pagar horas-extras a você. Assim, no próximo ano, não esqueça: mesmo que você queira a manutenção do Banco de Horas, lembre-se que devemos usá-lo como instrumento para barganhar uma negociação em melhores termos com a gestão.

Por que todo ano ocorrem essas negociações? E por que eu posso perder esses direitos?

Junto ao movimento político que aprovou a Reforma Trabalhista em 2017, também foi suspensa, pelo Judiciário, a ultratividade da norma. Esse dispositivo legal fazia com que, mesmo sem uma nova negociação, os direitos conquistados pela luta dos sindicatos e da categoria permanecessem em vigor. Leia mais sobre o assunto clicando aqui.

No caso do Vale do Banco de Horas, são dois ACTs diferentes que regulam a existência de ambos (conheça-os clicando aqui). E cada um desses ACTs vence, anualmente, em abril, que é a data-base da categoria. Se eles não forem renovados, o direito deixa de existir, salvo quando é prorrogado nas negociações que se seguem ao longo dos meses após a data-base (como tem sido o caso nos últimos anos). É também nos ACTs que fica registrado qualquer mudança, positiva ou negativa, que venha a ser aprovada pela categoria em assembleia. Por exemplo, índice de reajuste no Vale, ou mudança nas regras do Banco de Horas. No caso de 2022, não houve nenhuma mudança nas regras que já vinham em vigor, nem percentual de reajuste.

Reajuste salarial

Nesta sexta-feira, dia 29, tem assembleia geral para trabalhadores da base Sindisaúde-RS/Sindihospa (o que inclui o GHC) votem a contraproposta patronal para nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Este é o documento que define, legalmente, a existência de uma série de direitos que você tem acima da CLT, como horas-extras a 100% (CLT: só 50%) e adicional noturno a 50% (CLT: só 20%), ou que inclusive não existem na lei trabalhista, como o quinquênio. Além disso, a CCT também define legalmente o percentual anual de reajuste salarial, quando este é obtido na negociação sindical, pois, no Brasil, a Lei 8542 define que não existe reajuste automático, nem mesmo da reposição inflação. Reajuste, no Brasil, só com sindicato forte.

Informações sobre a assembleia Sindisaúde-RS/Sindihospa: clique aqui.

Crédito das fotos: Comunicação Aserghc



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