Trabalhadoras (es) do Hospital Nossa Senhora das Graças ("Gracinha"), em Canoas, protestaram hoje (23), junto com o SIndisaúde-RS, para defender uma série de direitos que estão sendo desrespeitados pela gestão. Com a luta, o diretor-geral da instituição, Juliano Silva, recebeu uma comissão formada por dirigentes sindicais e trabalhadoras (es), e assumiu o compromisso de encaminhar soluções para os problemas dentro de 30 dias (leia mais abaixo), quando deve acontecer uma nova reunião com o sindicato. Além disso, logo após o início da reunião, uma pequena parte da categoria já recebeu valores que eram devidos de férias.
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Mobilização foi grande desde a manhã
Sindicalistas e trabalhadoras (es) sentaram no corredor até serem atendidos
Os problemas não são recentes, mas chegaram a este limite, levando dezenas de funcionárias (os) ao ato de hoje. Entre as principais reivindicações, está o pagamento correto das férias. "Quando saímos de férias, é feito o desconto e, ao retornar, não recebemos o que temos direito. Algumas colegas chegam a somar 5 meses de atraso”, disse uma funcionária que está participando da mobilização. Trabalhadoras (es) que foram demitidas (os) nos últimos meses também fazem parte do movimento porque ainda não receberam as verbas rescisórias e nem tem compromisso do hospital de quando vão receber.
Confira mais abaixo!
Pagamentos de FGTS, INSS e férias atrasados
Entre os deveres que o hospital vem deixando de cumprir está o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Sobre estes pagamentos, o diretor-geral do hospital disse que os problemas anteriores a 2021 estão passando sob auditoria, mas que o restante terá a solução apresentada nos próximos 30 dias. O mesmo compromisso vale para o pagamento das férias.
Com o ato, gestão recebeu comissão
Faltam EPIs e até passagens! E a culpa de não ter sala de descanso é da categoria, segundo a gestão...
Na lista de reivindicações ainda constam itens que são exigências mínimas para realização do trabalho com segburança e higiene. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) estão em falta, a quantidade de luvas é insuficiente, falta caixa coletora de perfurocortantes e contaminantes (Descarpack) e as (os) trabalhadoras (es) denunciam também a reutilização de aventais, inclusive na UTI.
Além disso, sequer o direito ao transporte para chegar ao trabalho também não está garantido no hospital. Funcionárias (os) relatam que chegam a ficar dois meses sem receber o auxílio para pagar as passagens.
Por fim, a resposta do diretor do hospital sobre a reivindicação da sala de descanso aumentou a indignação. Segundo ele, a falta do espaço de qualidade para descansar é resultado da falta de cuidado com os bens da instituição. Ou seja, jogou para as (os) trabalhadoras (es) a responsabilidade de investimento que é do hospital.
Categoria lutou sem parar a manhã toda!
Sindisaúde - RS alerta contra retaliações
Na reunião com a base do hospital, logo após a reunião com o diretor do hospital, foram discutidos os próximos passos do movimento. O diretor do sindicato Júlio Duarte alertou que a entidade está atenta e acompanhando quem participou do protesto. "Não aceitaremos qualquer tipo de retaliação a vocês ", avisou.
O presidente do Sindisaúde – RS, Júlio Jesien, parabenizou a todas (os) pela mobilização. Ele incentivou a continuidade da luta até a garantia de todos os direitos, apontando a necessidade de aumentar as cobranças sobre a prefeitura de Canoas, que é a responsável pelo hospital.
Depois da luta, sindicato explicou que estará atento a qualquer tipo de retaliação
Crédito das fotos: Júlio Câmara