Os bancários entraram em greve no dia 30/9. A decisão foi tomada após a patronal se negar a conceder um aumento justo para os trabalhadores. No sábado (27), a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) propôs reajuste de 7,35% para salários e demais verbas, sendo 0,94% de aumento real, descontando a inflação. Para os pisos, a proposta foi de reajuste de 8%, sendo 1,55% acima da inflação.

Os trabalhadores pedem aumento de 12,5%, o que é perfeitamente viável para os banqueiros. Seis dos maiores bancos que compõem a mesa de negociação (BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC) viram seu lucro crescer 16,5%, mas oferecem menos de 1% de aumento real para seus trabalhadores.

Somados, os seis detêm mais de 85% dos ativos do sistema financeiro e empregam mais de 90% dos bancários, tendo lucrado R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.

Para conseguir esses lucros estratosféricos, os bancos estão fazendo demissões e usando a rotatividade para reduzir a média salarial da categoria e submetendo os bancários a uma crescente pressão por cumprimento de metas abusivas, que levam com frequência à prática do assédio moral.

Em razão disso, 18,6 mil bancários doentes foram afastados do trabalho pelo INSS em 2013 (aumento de 41% em relação aos últimos cinco anos), mais da metade dos quais com diagnóstico de transtornos mentais e do sistema nervoso - doenças que cresceram 64,3% desde 2008.

Por estarmos no período eleitoral, os banqueiros acreditaram que não haveria luta e ofertaram uma proposta que na verdade é um deboche com os trabalhadores. Se enganaram. Pra cima deles bancários!