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19/01/2023 - LUTA SINDICAL – Em encontro nacional, Sindisaúde-RS leva pautas da categoria ao presidente Lula


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Comunicação Sindicato

Confira, abaixo, o relato feito por nosso presidente, Julio Jesien. Ele esteve em Brasília nesta quarta, dia 18, no encontro convocado pelo presidente Lula com sindicatos de todo país. As fotos são do próprio Jesien.

Presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien esteve em Brasília para o encontro com o presidente Lula

Palavra do Sindisaúde-RS

“É claro que a gente gera algumas expectativas que não se confirmam, como a possibilidade de dizer a tanta gente presente algumas palavras reforçando as necessidades da categoria. Sabia-se que seriam inúmeras pessoas com as mais variadas pautas e um tempo muito curto, então os presidentes das 11 centrais sindicais foram os responsáveis por comunicar as demandas da classe trabalhadora, de forma organizada e previamente construída, democraticamente. Ao mesmo tempo que essa expectativa de se manifestar diretamente em favor de quem representamos é frustrada, tem-se o outro lado da moeda, que é o lado positivo e que mais importa para as (os) trabalhadoras (es) da saúde.

Nós estamos saindo de um ataque à lei trabalhista promovido pelo Temer, ao qual foi dado o nome de 'Reforma'. Porém, assim como este sindicato e todo o movimento de luta dos trabalhadores denunciava ainda lá em 2016 e 2017, esse ataque à CLT só beneficiou o grande capital e os patrões e jamais cumpriu a promessa, que também denunciávamos, de que seriam gerados mais empregos. Muito pelo contrário, o desemprego aumentou, e a informalidade explodiu. 

A seguir, passamos por 4 anos de ‘governo’ Bolsonaro sem que sequer pudéssemos pisar em Brasília para conversar com o Executivo. O próprio piso da enfermagem chegou a ser negado por Bolsonaro, com o Governo Federal e o Partido Novo sendo os únicos votos contrários à aprovação da lei em 2022. Aparentemente, depois disso alguém de sua campanha deve ter entendido o piso como uma grande bandeira para a reeleição, forçando o presidente a sancionar a lei. O fato, porém, é que trabalhadores de todo país não tiveram espaço  na agenda do ex-presidente. 

Na contramão de tudo isso, agora, nos primeiros dias do novo governo, recebemos o convite do presidente Lula para que o sindicalismo novamente estivesse no Palácio do Planalto, para tratar dos temas mais caros à classe trabalhadora, como o crescimento desenfreado do trabalho por aplicativo sem qualquer direito trabalhista ou previdenciário, a valorização do salário mínimo, o melhor modo de distribuição de renda e circulação de dinheiro em pequenos municípios. Coube às centrais sindicais levaram a voz de tantos interessados. Nesse sentido, inteligentemente as centrais combinaram quais temas cada uma abordaria. Dentre tantos temas, coube à Intersindical fazer a fala reivindicando o reconhecimento dos trabalhadores da saúde e a atuação política do governo pelo fim da suspensão do piso da enfermagem. Pelo bom número de trabalhadores da saúde presente o tema ganhou visibilidade. 

E houve encaminhamentos práticos. Através de uma portaria conjunta do Executivo, incluindo parte dos Ministérios, foi criado um Grupo de Trabalho (GT) para que, no prazo de 45 dias prorrogável por mais 45, esse GT apresente sugestões para melhora do salário mínimo, bem como formule uma proposta de regulamentação mínima para o trabalho por aplicativo. Quanto à ‘Reforma’ Trabalhista, houve intervenções de mais de um presidente das centrais. Na fala do presidente Lula, porém, não vi indicativos claros sobre o tema. Não houve uma demonstração clara de que há sensibilidade de revogar a ‘Reforma’. Talvez algumas partes, mas sujeitas ao processo legislativo no Congresso. À época da tramitação da ‘Reforma’ no Brasil, os sindicatos usaram repetidamente, e hoje se percebe que de forma acertada, o mal exemplo da Espanha. O país europeu havia realizado uma mudança igual em sua legislação trabalhista e colheu, como resultado, o mesmo aumento do desemprego que colhemos por aqui. Com isso, os espanhóis fizeram, recentemente, uma contrarreforma, o que este sindicato entende que temos de fazer por aqui. Esperamos que o presidente Lula se engaje definitivamente nesse processo, ao menos para revogar algumas das partes mais danosas à classe trabalhadora.

E agora é ver como o novo governo dará continuidade a este processo de abertura do Executivo para sindicalistas e trabalhadores. Saio cauteloso, mas com esperança de tempos melhores.”

Centenas de representantes da classe trabalhadora estiveram presentes ao encontro com o presidente Lula

Palavra da CUT Brasil

Central sindical a qual o Sindisaúde-RS é filiado. Com informações do site da CUT (clique aqui para a notícia original)

Em sua fala durante o evento, Sérgio Nobre saudou a militância de todas as centrais sindicais e disse que a unidade construída entre a CUT e as demais centrais foi fundamental para resistir ao fascismo e para construir a espetacular vitória em outubro, do presidente Lula, a quem chamou de “orgulho da classe trabalhadora”.

Nobre se solidarizou com o presidente Lula diante dos ataques terroristas do dia 8 deste mês. O dirigente disse que há financiadores e que todos os golpistas devem ser presos e responderem diante da lei, sem anistia. Neste momento, os presentes no salão lotado no Palácio do Planalto fizeram coro e gritaram “sem anistia!”.

Com uma pauta unitária, os 10 presidentes das centrais apresentaram cada um, um tema. Coube a Sergio Nobre falar sobre a importância do Ministério do Trabalho reconstruído por Lula. Ao defender a recriação do MTE, o presidente da CUT destacou que é preciso que o desenvolvimento econômico seja acompanhado de bons empregos e com melhores salários para combater a desigualdade social.

“Estamos convencidos de que é fundamental que o trabalho tenha centralidade na estratégia de desenvolvimento e, para isso precisamos ter o Ministério do Trabalho reconstruído; um ministério muito forte porque sabemos que os empregos de qualidade que a gente tanto sonha e precisa não vão ser consequência só da política econômica, porque na história do nosso país a gente já viu que houve períodos em que o PIB cresceu, mas cresceu aprofundando as desigualdades com postos de trabalhos sem nenhuma qualidade e muitas vezes com salários aviltantes”, disse Nobre.

Sérgio parabenizou o presidente Lula pela retomada do ministério do Trabalho, extinto logo no início do mandato de Jair Bolsonaro, a quem se referiu com “genocida”.

“Tenho certeza que o companheiro Luiz Marinho, quando assumiu o cargo e entrou no ministério não deve ter encontrado nem sombra do que o ministério foi na tua época, a grandeza, a estrutura que tinha por que eles destruíram o ministério e a destruição desse ministério está muito coerente com o que pensavam os fascistas porque para eles a visão de país em desenvolvimento é a de que, para crescer é preciso destruir os direitos, precarizar, acabar com a legislação trabalhista e perseguir os sindicatos”, criticou Nobre se referindo à gestão do governo passado.  

O presidente da CUT também ressaltou a necessidade do Ministério do Trabalho atuar em conjunto com outras pastas como os ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Previdência e do Desenvolvimento Agrário.

Para o crescimento que nós temos certeza que virá se concretizar, é preciso que venha acompanhado de emprego de qualidade e emprego protegido com a organização sindical.- Sérgio Nobre