“Um Sindisaúde-RS combativo, com transparência e organização".
Essa foi a promessa de campanha da atual gestão do sindicato em 2016. E estamos, pouco a pouco, cumprindo com ela. Se em 2016 a convenção coletiva foi aprovada apenas em novembro, em 2017 as categorias aprovaram, na tarde de hoje, o reajuste retroativo de 4,57%, INPC do período, para os trabalhadores de hospitais públicos e privados, além de clínicas particulares e demais casas de saúde - base do Sindihospa.
ATUALIZAÇÃO DE JUNHO/2017: a convenção coletiva já foi homologada no Sistema Mediador, sob a MR 037117/2017
Aprovação foi praticamente unânime
"Nós queremos dizer a todos vocês: a luta vai continuar, porque tem muita coisa ruim vindo por aí, vindo lá de Brasília. Nós temos que lutar, agora, para derrubar as Reformas corruptas desse governo. Fora Temer!", afirmou o presidente, Arlindo Ritter, dando o tom de uma das grandes lutas que o sindicato empreenderá ao longo de 2017, além do fechamento das convenções coletivas.
Ritter destacou a principal luta que vem pela frente: contra as Reformas do Governo Federal
Organização
Ao final da campanha de 2016, os diretores do sindicato asseguraram: a negociação desse ano não iria se arrastar novamente. Cumprimos com o prometido ao fechar a negociação, com aprovação quase unânime das categorias, já em junho, com o reajuste sendo pago integralmente. No ano passado, a conjuntura havia permitido que o INPC apenas fosse recomposto na última folha, em março de 2017, preservando maiores perdas futuras, mas causando algumas perdas pontuais devido à falta de retroatividade. Em 2017, a classe trabalhadora está assegurada de que o seu salário não será corroído pela inflação.
"Nós apostamos em 17 novas lideranças para renovar o sindicato. Podem ter certeza de que os erros que eventualmente tenham sido cometidos esse ano, não se repetirão em 2018", comentou o secretário-geral, Julio Jesien, que presidiu os trabalhos.
Mesa foi composta pela advogada Raquel Paese, pelo presidente, Arlindo Ritter, o secretário-geral, Julio Jesien, e o vice-presidente, Julio Appel. Ao fundo, os integrantes da comissão de trabalhadores
Membros da diretoria do Sindisaúde-RS e delegados sindicais compareceram em peso à assembleia
Transparência
Na Campanha Salarial desse ano, uma comissão de negociação foi eleita em assembleia, e manteve frequentes reuniões com a direção do Sindisaúde-RS. Essa estratégia alinhou vários polos da luta de base, dado que a comissão foi composta, além dos diretores e delegados, por grande parte da oposição à atual gestão, garantindo assim diferentes pontos de vista e uma unidade que há muito não se via.
"Oposição não tem que trancar o sindicato, falando coisas no Facebook ou nos corredores. Eu sou crítico a essa gestão, mas a decisão de qualquer item é soberana das categorias aqui na assembleia. Não é decisão do sindicato: é nossa", comentou o trabalhador Everton Silveira Forte.
Trabalhador do HCPA e opositor da gestão, Everton Silveira Forte lembrou que as decisões são soberanas das categorias, não sendo imposições do sindicato
Após a aprovação da proposta, foi divulgado que o sindicato manterá encontros em todas as segundas-feiras do ano, a partir das 19 horas, entre os diretores e todo e toda integrante das categorias que queiram colaborar para a melhora da luta trabalhista e sindical. Além disso, a comissão de trabalhadores eleita para a luta pelo Acordo Coletivo específico do HCPA manteve-se no local para discutir futuras estratégias.
Combatividade
A combatividade foi demonstrada nos atos e na mesa de negociação, ao longo de várias reuniões com a patronal, nas quais os trabalhadores e integrantes do sindicato mostraram contundência ao defender, principalmente, o avanço em cláusulas sociais que vinham sendo deixadas de lado nos últimos anos, e avançar em outras importantíssimas, como a garantia da auxílio-creche para casais homoafetivos. Além disso, o Sindisaúde-RS e a comissão não abriram mão de garantir o INPC do período com retroatividade, protegendo as categorias do desgaste do salário pela inflação.
"A nossa unidade vai ser a resposta para defender os trabalhadores. Não tem mais oposição: a oposição disputou a consciência das categorias, mas as categorias elegeram essa direção", colocou o membro da comissão e trabalhador do GHC, Gilson, um dos que defenderam o resultado efetivo do trabalho realizado entre gestão e comissão de trabalhadores.
Público da assembleia de hoje foi maior que o das demais, mas diretores e trabalhadores querem torná-lo cada vez maior
Gilson, que também se diz como integrante da oposição à atual gestão, endossou a aprovação da proposta
Confira os principais itens da proposta aprovada hoje e demais encaminhamentos .
A proposta aprovada
Reajuste salarial
A partir da folha de junho, será pago o reajuste de 4,57% (INPC do período) a todos os trabalhadores de hospitais, clínicas e casas de saúde filiadas ao Sindihospa - portanto, de ordem pública e privada. Além disso, na própria folha de junho já serão pagos mais 4,57% retroativos à abril (data-base), e na folha de julho serão pagos os demais 4,57% referentes à maio.
Cláusulas sociais
Creche para casais homoafetivos: talvez a principal conquista social dessa negociação, ficou garantido o auxílio-creche para uma criança por família homoafetiva. É necessária apenas a guarda definitiva da criança.
Atestados de consulta psicológica: também aceitos em pouquíssimos hospitais, os atestados de consultas em psicólogos serão agora obrigatoriamente aceitos pelo empregador, limitados a duas consultas por mês.
Comissão paritária: cláusula constante das antigas convenções, mas jamais colocada em prática, o estabelecimento da comissão paritária foi finalmente alinhavado e será efetivado em 2017. A comissão irá dar andamento ao fechamento da negociação referente à auxílio-alimentação e auxílio-creche para as categorias de todos os hospitais e demais casas de saúde filiadas ao Sindihospa. Atualmente, pouquíssimos hospitais pagam esse tipo de benefício aos seus funcionários.
Encontros das lideranças dos trabalhadores
O secretário-geral, Jesien, afirmou ao final da assembleia que o sindicato irá retomar a experiência de outros anos, abrindo espaço para qualquer trabalhador ou trabalhadora indicar como melhorar a luta sindical, por meio de reuniões abertas realizadas em todas as próximas segundas-feiras, a partir das 19 horas, na sede do Sindisaúde-RS.
Hospitais filantrópicos
A Convenção Coletiva de 2016 relativa aos trabalhadores do Sindiberf continua em processo de espera devido à intolerância da patronal para com a classe trabalhadora, ao ofertar uma reposição na casa de apenas 5%, rechaçada pelos sindicatos. Assim, em data a ser definida na última semana de junho, será realizada uma reunião mediada na sede do TRT-RS, na qual o movimento sindical busca pressionar a patronal a aumentar sua proposta.