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09/11/2016 - Agora é greve: primeiro dia de luta para os trabalhadores da saúde


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Comunicação Sindicato

Depois de meses de negociação infrutífera com as patronais, os trabalhadores paralisaram as atividades nos principais hospitais da capital. Nossa Senhora da Conceição, Clínicas, Fêmina, Cristo Redentor e a UPA Zona Norte abriram as portas às sete horas com restrições nos atendimentos, as quais foram evoluindo à medida em que os trabalhadores aderiam à greve.

No Hospital Nossa Senhora da Conceição, 700 pessoas haviam participado da greve até próximo às 13 horas. A paralisação se deu em sistema de rodízio, visando a atender a Lei de Greve, que exige 30% de serviços mínimos no setor. Os setores mais afetados foram o bloco cirúrgico, que operou na escala mínima, o ambulatório, que reagendou consultas, e o laboratório. A população, mesmo sofrendo com os problemas causados pela intransigência da patronal, entendeu a decisão das categorias, como a usuária Méri Scapin: “A gente tá precisando do SUS, então temos que colaborar com os trabalhadores”. A imprensa de Porto Alegre esteve presente em peso no local, registrando a paralisação.

Trabalhadores na luta no Hospital Nossa Senhora da Conceição. Crédito: Lisiani Mottini/SIMERS

 

Por volta das 11 horas da manhã, cerca de 150 a 200 pessoas se concentravam em frente ao Hospital de Clínicas, entre enfermeiros, médicos, técnicos, auxiliares e profissionais da higienização, nutrição e manutenção. Para a auxiliar de enfermagem, Viviane Dorneles, tudo sobe além do salário do trabalhador: “O convênio médico reajustou em quase 7%, mas pra gente eles querem dar sempre menos”, afirma. Segundo o vice-presidente do Sindisaúde-RS, Julio Appel, o hospital funcionou com 50% dos serviços. Até próximo às 13 horas, cerca de 700 trabalhadores haviam participado da greve, também em sistema de rodízio.

Excelente adesão no Hospital de Clínicas

No Cristo Redentor, o sistema de rodízio manteve sempre cerca de 50 funcionários parados no piquete, e até as 13 horas, praticamente todos haviam descido para participar da paralisação em algum momento. O ambulatório e a fisioterapia foram os setores mais afetados no dia de hoje, fechados desde as 7 horas e com reagendamento de consultas. O refeitório atendeu apenas os pacientes e acompanhantes; os funcionários almoçaram no piquete. Para amanhã, os sindicatos estão negociando com as categorias para a emergência realize triagem e o bloco suspenda os procedimentos.

Cristo Redentor também teve atendimentos restritos

Na UPA Zona Norte, os serviços foram completamente paralisados. As pessoas que procuravam o local depararam-se com os funcionários de braços cruzados, e foram reencaminhadas para demais casas de saúde. Apenas casos de extrema urgência seriam atendidos, caso surgissem. No Hospital Fêmina, a adesão foi menor que nos demais, esperando-se para amanhã que os trabalhadores reforcem a luta.

UPA Zona Norte de portas fechadas

Proposta vergonhosa, greve mantida

No dia de ontem, o Sindihospa, que representa os hospitais públicos e privados de Porto Alegre, ofereceu, em reunião mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho, um “aumento” na sua proposta, atingindo 6% - apenas 1% a mais do que anteriormente. Os representantes sindicais prontamente a rechaçaram e mantiveram o movimento de greve, que prevê uma assembleia na sexta-feira, às 13:30, para deliberar sobre a paralisação e passos futuros.

 

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Fotos: Assessoria de imprensa do Sindisaúde-RS