Em assembleia realizada na tarde de hoje (17) em frente ao Hospital Beneficência Portuguesa (HBP), o Sindisaúde-RS informou aos cerca de 50 trabalhadores reunidos que irá atuar em três frentes institucionais para garantir os direitos suprimidos pela direção da casa, acionando a Justiça, os ministérios, Público Estadual (MPE) e Público do Trabalho (MPT), e a Câmara de Vereadores.
Trabalhadores aderiram ao primeiro dos movimentos que devem ser realizados nas próximas semanas
Claudia Regina dos Santos, a Claudinha, atuou na convocação de seus ex-colegas de trabalho do hospital para o ato de hoje. “Nós estamos aqui lutando pelo nosso direito mínimo, que é o salário! É um absurdo trabalhar nas condições que são encontradas aqui no hospital”, disse.
Claudia Regina dos Santos, a Claudinha, atuou na defesa dos colegas, mobilizando as categorias durante os últimos dias. "Continuaremos aqui!", avisou
Motivos e encaminhamentos
A assembleia foi convocada devido a inúmeros relatos de não pagamento de rescisórias, férias e outros direitos, além de assédio moral e falta de condições mínimas para o trabalho, que vêm chegando ao telefone do sindicato nas últimas semanas (confira, ao final da matéria, a carta aberta escrita pelos próprios trabalhadores)
O presidente do sindicato, Arlindo Ritter, explicou a estratégia que será adotada nas próximas semanas: “O principal será a convocação de uma audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, onde buscaremos expor o que está acontecendo aqui e tornar públicos os números dessa gestão”. Ritter ainda informou que o Sindisaúde-RS irá acionar o MPT e o MPE para denunciar a má gestão do dinheiro público, e a Justiça, por meio de ações cobrando os valores das multas por atraso, além dos próprios pagamentos dos direitos devidos.
O presidente do sindicato, Arlindo Ritter (ao centro), explicou as estratégias que serão tomadas
Assédio e tentativa de desmobilização
Ao final do encontro, numa nítida estratégia de tentar desmobilizar as categorias, a direção da casa informou o pagamento de uma parcela mínima dos valores devidos até o momento. No entanto, os trabalhadores prometeram manter a mobilização, e informaram que irão continuar aderindo aos próximos atos que serão convocados permanentemente pelo sindicato nos próximos dias.
Alguns sindicalistas denunciaram que setores da chefia tentavam filmar, das janelas da instituição, os trabalhadores e trabalhadores que participavam do ato, mas os diretores não permitiram o assédio e continuaram mobilizando os participantes. “Vocês não param de trabalhar porque têm ética, não querem deixar o usuário desassistido. Não fiquem com medo, venham pra luta!”, convocou o tesoureiro do Sindisaúde-RS, Carlos Alexandre Silveira.
Carlos Alexandre pediu aos trabalhadores: "Sem medo, venham pra luta!"
Denise, trabalhadora demitida do HBP, pediu a fala ao microfone para mobilizar seus ex-colegas