Nesta terça-feira (07/03), a novela do atraso de salários se repetiu para os trabalhadores de Canoas. Mesmo depois de o GAMP (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e Saúde Pública) anunciar a confirmação de empréstimos mensais junto ao Banrisul, garantindo o pagamento da folha, os funcionários do Hospital Universitário (HU) e do Hospital de Pronto Socorro (HPSC), não receberam seus pagamentos.
Nas últimas reuniões realizadas com a Secretária de Saúde do município, Rosa Maria Groenwald, foi garantido ao Sindisaúde-RS e à comissão de trabalhadores que a situação não ocorreria mais. Na última semana, foi anunciada pela secretária a liberação de uma verba de R$10 milhões, mas de acordo com o GAMP, só haviam sido repassados R$ 4 milhões, que foram utilizados para compra de suprimentos.
Pela manhã, os diretores do Sindisaúde-RS, Julio Duarte, Carlos Alexandre Silveira e Paulo Gonçalves foram até Canoas para acompanhar os protestos dos trabalhadores. “A situação é bem mais preocupante que uma semana atrás”, afirmou o diretor de Assuntos do Interior, Julio Duarte.
Trabalhadores bloqueram o trânsito em protesto. Foto: Reprodução/Facebook
Funcionários foram até a direção cobrar pelos atrasos.
Após a mobilização dos trabalhadores durante todo o dia, a secretária compareceu ao HU e garantiu que o problema deste mês foi em razão de questões burocráticas no banco.
Em relação ao empréstimo feito pelo Banrisul, o GAMP argumentou que ainda faltam algumas assinaturas para a efetivação. “Sinto que estamos sendo enrolados, uma assinatura se consegue em 24 horas”, rebateu o tesoureiro do sindicato, Carlos Alexandre.
Conforme foi comunicado ao sindicato, os pagamentos foram realizados até a noite de terça-feira.
Trabalhadores dizem estar cansados das inúmeras reuniões que não trazem soluções.
Mais uma vez, Julio Duarte assegurou o apoio do sindicato aos trabalhadores e cobrou ações dos gestores.
Prefeitura notifica GAMP
Durante o encontro com a secretária Rosa, foi comunicado ao sindicato e aos trabalhadores uma notificação da Prefeitura para o GAMP.
O Grupo terá prazo de 30 dias, a contar da terça-feira (07), para regularizar todas as questões trabalhistas em atraso. Caso a situação não seja regularizada, há a possibilidade de ruptura do contrato.
Pendências ainda são muitas
Além do atraso de salários, atraso de pagamento de férias e falta de materiais têm sido problemas constantes nos hospitais de Canoas. Trabalhadores relataram até falta de lençol para pacientes e roupa para trabalhar.
Julio Duarte lembrou aos trabalhadores que o edital de greve para Canoas publicado pelo Sindisaúde-RS ainda está em vigor até que todas as questões sejam sanadas, e que o sindicato dará toda a estrutura necessária, seja qual for a decisão dos funcionários.
Uma assembleia está marcada para amanhã no HU para que todas as questões apresentadas pela Prefeitura e pelo GAMP sejam esclarecidas aos trabalhadores.
Fotos: Gabrielle de Paula/ Assessoria Sindisaúde-RS