Ao final da tarde de ontem (02), o Sindisaúde-RS e mais de 50 trabalhadores canoenses compareceram ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) para defender seus direitos, ameaçados pelo fim do contrato 64 em 31 de julho (entenda abaixo). "Fomos à audiência garantir os direitos de nossos colegas, pois sabemos que não há verba para quitação das rescisórias, nessa bizarra 'quarteirização' da saúde de Canoas. São mais de 300 trabalhadores vinculados a 28 UPAs, 8 farmácias e 3 UBS da cidade que temem por seus direitos e nos procuraram", denunciou o secretário-geral do sindicato, Julio Jesien, ao desembargador Ricardo Fraga, que conduziu os trabalhos.
Com isso, Fraga cobrou da Associação Beneficente de Canoas (mantenedora), da Associação São Miguel (gestora "quarteirizada" pela própria ABC) e da Prefeitura (responsável constitucional pela saúde pública) que tragam números dando conta das verbas disponíveis, de quantos trabalhadores poderiam ser recontratados se o Município prorrogasse o contrato de gestão e de como se daria a quitação das rescisórias dos que fossem desligados.
O prazo para as partes trazerem as informações é até sexta, 8h, quando nova mediação ocorre no TRT-4. Abaixo, entenda mais sobre o caso.
Quinta (04) vamos pressionar os vereadores!
O diretor João Gonçalves, trabalhador do Gracinha, convoca seus colegas para nesta quinta (04), a partir das 16h, comparecerem em peso à Câmara Municipal de Canoas. Isso porque alguns dos parlamentares eleitos irão defender os colegas do Contrato 64, e precisamos fazer nossas vozes se ouvirem para termos nossos direitos garantidos!
Todos juntos na mediação de sexta!
É indispensável que nesta sexta-feira (05) todos os trabalhadores vinculados ao contrato 64 compareçam à mediação a partir das 8h. Só manteremos a segurança de nossos direitos se todos se empenharem nessa luta ao lado do Sindisaúde-RS.
Trabalhadores compareceram em massa à audiência de mediação
Entenda o Contrato 64
A ABC e a Associação São Miguel também são mantenedora e administradora, respectivamente, do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG); porém, os contratos para gestão do hospital e das unidades de saúde onde ocorrerão as demissões são diferentes. Já no caso das unidades de saúde, vigora o Contrato 64, sendo este o que terá fim no dia 31 de julho. Isso poderá acarretar no desligamento de mais de 300 trabalhadores sem o pagamento das rescisórias, pois é de conhecimento do sindicato e dos trabalhadores que não há dinheiro em caixa para quitação dos direitos, e por isso estamos em luta para garantir nossos direitos.
A bizarra "quarteirização" em Canoas
A Prefeitura terceirizou, já há alguns anos, a gestão do HNSG e das unidades de saúde de Canoas. A ABC assumiu a administração, mas especialmente nos últimos 2 anos a empresas se mostrou incapaz de cumprir com o encargo assumido, até finalmente, de maneira bizarra, "quarteirizar" a gestão do hospital e das unidades para a Associação São Miguel