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30/07/2024 - Covid 19: Responda à pesquisa sobre os impactos sociais da pandemia entre as(os) trabalhadoras(es) da saúde no Brasil


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Letícia Giacomelli - Comunicação

 

Estudo busca construir subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas que reconheçam e tratem a covid longa

 

O Sindisaúde-RS é parceiro da Rede Covid-19 Humanidades MCTI e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no desenvolvimento de uma pesquisa sobre os impactos sociais da pandemia de covid-19 entre as trabalhadoras e os trabalhadores da saúde no Brasil, com foco na covid longa. O estudo é comandado pelo professor doutor Jean Segata e a sua participação, colega, é muito importante!

De acordo com o projeto, a “pesquisa busca produzir subsídios às ações de enfrentamento da covid longa e outras síndromes pós-virais, sobretudo no que diz respeito aos processos de visibilização e reconhecimento dessas condições como problemas de saúde relevantes e do sofrimento das pessoas doentes”.

A participação das(os) profissionais de saúde é importante para que os pesquisadores possam descrever e analisar a situação de quem trabalha na área para “subsidiar proposições de políticas públicas que respondam às diversidades e desigualdades sociais produzidas no território nacional, agravadas ou constituídas pela pandemia e a condição pós-covid”.

O tempo aproximado para responder ao questionário é de 10 minutos e você pode acessá-lo aqui.

O dr. Segata alerta que o fim de pandemias não é um momento absoluto, pois as doenças continuam operando na vida das pessoas em diferentes níveis e produzindo impactos diversos. "No caso da covid 19, sabemos que ela não nos deixou completamente, o número de casos, embora em menor proporção, continuam existindo. Claro, com efeitos menos graves diante de uma população bastante imunizada, mas a questão não é somente a pandemia em si. Afinal, as pessoas precisam reconstruir suas vidas depois de perdas, depois de lutos, lidar com a reconfiguração da vida do trabalho, da vida educacional, do lazer, de tudo o mais, porque as pessoas que foram diretamente atingidas com a doença, perderam entes ou tiveram pessoas fortemente adoecidas na família, precisaram reconstruir as suas vidas e esse é um impacto que muitas vezes não cabe nas políticas públicas de saúde”, comenta.

O pesquisador lembra que esses efeitos, muitas vezes, não são percebidos por quem gere as políticas públicas em saúde e esse é um ponto crucial para o estudo. “Mesmo as pessoas sendo consideradas, do ponto de vista médico, como recuperadas da infecção, na verdade, muitas vezes, essa recuperação não é absoluta, muitas ainda relatam sintomas persistentes de várias ordens, mas, sobretudo, o que tem sido mais central nos nossos interesses são aqueles que não são facilmente identificáveis, reconhecíveis, que acabam por quase sempre entrar no lugar de descrença médica. Então, essas pessoas não conseguem atendimento, não têm a doença reconhecida e esse fenômeno tem sido chamado de covid longa, ou seja, ela tem emergido como uma nova entidade nozoológica, uma nova doença, digamos assim, de contornos ainda imprecisos”.

Ele explica que, enquanto não houver o reconhecimento formal da covid longa, as pessoas não conseguirão acessar serviços médicos da forma que precisam e seguirão suas vidas com as limitações que surgiram após a doença. “Daí a importância de construir subsídios que mostrem concretamente que as pessoas relatam estar vivendo com baixa qualidade de vida, ainda com sintomas persistentes e que a vida delas não foi mais a mesma. A pesquisa busca reunir esse conjunto de dados para que possamos cobrar das autoridades que sejam desenvolvidas políticas públicas de saúde para esse fenômeno”.

Quanto à participação das(os) trabalhadoras(es) da saúde no estudo, Segata salienta a necessidade de dar visibilidade aos efeitos da pandemia na categoria, que esteve em alto nível de contágio, alta exposição. “Foi uma população muito cobrada nesses quatro anos e que nós entendemos que não está recebendo a devida atenção enquanto trabalhadores da saúde, porque, quando se fala em profissional da saúde, se pensa no médico, a opinião pública procura o médico e não aqueles que estão ali no dia-a-dia em níveis diferentes de proteção, de reconhecimento, e presentes naqueles ambientes altamente perigosos, contaminantes”.