Dando continuidade à luta unificada por novos Acordos Coletivos de Trabalho, trabalhadoras (es) do Grupo Hospitalar Conceição se reuniram ontem (23), em assembleia geral convocada pelo Sindisaúde-RS e demais sindicatos com representações de bases na instituição. A Aserghc também participou da mobilização.

Iniciando a assembleia, Arlindo Ritter, diretor do Sindisaúde – RS e presidente da Aserghc, informou sobre a reunião, realizada no dia 17, entre as entidades sindicais, a atual diretoria do GHC e a equipe de transição indicada pelo novo governo, para abrir as negociações sobre as demandas das (os) trabalhadoras (es).
Nós publicamos aqui no site do Sindisaúde-RS um resumo da primeira reunião de negociação: Clique se quiser reler!

Complementando o informe sobre a negociação, Arlindo Ritter criticou a atual diretoria do GHC por não ter se posicionado sobre as demandas. Apenas a equipe de transição, que ainda não tomou posse, se manifestou e sinalizou positivamente para abrir diálogo sobre as pautas.
Em seguida, o presidente do Sindisaúde - RS, Julio Jesien, compartilhou a situação da luta no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), em que trabalha. Ele destacou que as grandes lutas, que resultaram em conquistas importantes, foram resultado da união entre o GHC e o HCPA.

Pelo revogaço no GHC: contra as penalidades sem direito ao contraditório!
Arlindo destacou a necessidade de lutar pela revogação das penalidades aplicadas nos últimos quatros anos sem direito ao contraditório. “Nós todos nos unimos para tirar o Bolsonaro. Agora, precisamos desfazer todas as medidas do antigo governo que prejudicaram o hospital. A aplicação de penalidades, sem direito à defesa, é uma necessidade, pois está deixando muitos trabalhadores a um passo da demissão” explicou.
Valmor Guedes, diretor do Sindisaúde – RS, alertou que, embora esteja em transição, existe sim uma diretoria oficial no GHC que precisa ser mandada embora o quanto antes. “O GHC não está acéfalo, tem diretoria, gerentes, coordenadores, supervisores recebendo salários bem gordinhos. Mas todos estão lavando as mãos, não tomam decisão a não ser quando é para encaminhar alguma sanção disciplinar”. Segundo Valmor, isso tem provado suspensões e demissões por justa causa. “Vários casos nos últimos dias que estamos tentando reverter e vamos tratar com a equipe diretiva de transição”.
Ainda não existe uma data para a finalização da transição. Porém, por lei o dia limite para a posse da nova diretoria é 14 de abril.
Por um Vale-Alimentação equiparado às demais estatais
Representando o Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Rio Grande do Sul (SERGS), Rafael Mello ponderou que o aumento no Vale-Alimentação precisa nivelar o GHC com as demais empresas públicas. “Acredito que vai ter aumento, mas qualquer aumento que mantem o GHC a baixo de todas outras estatais não faz sentido. Se não for para equiparar com outras estatais, ainda vai ser muito pouco”. Ele ainda disse que a nova gestão é a oportunidade para avançar na democracia dentro do GHC. “Se querem gestão com democracia, vamos defender a volta dos espaços de participação dos trabalhadores como na discussão de ampliação de pessoal” disse se referindo especialmente ao setor da enfermagem onde as (os) funcionárias (os) também estão sobrecarregados.
Com a palavra, a diretora do Sindicato dos Farmacêuticos do RS (SINDIFARS), Lísia Hausen Gabe, incentivou a participação do pessoal nas mobilizações. “Unindo todas as categorias, venceremos. Tem muita gente nova no Conceição e não devem ficar com medo, os sindicatos estão juntos. Precisamos levar as pautas em unidade e assim vamos conseguir o que queremos”. Sobre a reunião de negociação, afirmou que “a nova diretoria disse que vai ser bem exigido fazer a máquina funcionar, reduzindo filas de cirurgias e ambulatórios. Temos que exigir que a direção faça sua parte também e não sejamos apenas nós a dar nosso sangue”.
Só a luta conquista! Mobilização pelas 180 horas da higienização!
Marquinho, trabalhador do almoxarifado, parabenizou a todas (os) que estavam na assembleia porque “se não botar a cara a tapa, não vai mudar nada. Pode ter nova direção, mas quem está aqui há mais de 20 anos sabe como funciona: se não irmos à luta, não melhora nada”.
Trabalhador da higienização, José lembrou que nos piores momentos da pandemia todos estavam juntos, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem que sem a higienização todo mundo reconhecia que a pandemia seria pior. “A higienização é a mesma e era valorizada só naquela época e agora estamos implorando para ter um lugar igual aos outros, isso é humilhante.”
Prioridades para negociação
Ao final, em votação, a assembleia elegeu os três pontos prioritários para a negociação: reajuste do Vale, 180h de carga horária semanal para a higienização e a saúde do trabalhador. “Por esses pontos nós não arredamos o pé, vamos até as últimas consequências” concluiu o diretor Valmor Guedes.
Nova assembleia
Marcada para 30 de março às 14h no pátio do Hospital Conceição, em frente ao ambulatório.