Há meses, o Sindisaúde-RS e a Associação dos Servidores do GHC (Aserghc) têm se reunido com trabalhadores que compõem a comissão de negociação dos higienizadores do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). E hoje pela manhã, a reunião dessa comissão discutiu uma pauta de enorme relevância, sinalizada pela direção do GHC na última segunda-feira (12): a possibilidade de terceirização do setor, que hoje conta centenas de contratados.
O absurdo dessa possibilidade causou manifestações acirradas dos diretores do Sindisaúde-RS presentes ao encontro de segunda-feira - Ana Paula Capra e Valmor Guedes, este também presidente da Associação de Servidores do GHC (Aserghc). Eles deixaram claro à gestão que a classe trabalhadora e o Sindisaúde-RS não aceitarão qualquer demissão das centenas de servidores e servidoras hoje empregados em favor da contratação de funcionários terceirizados, bem como continuarão lutando pela não precarização dos contratos de trabalho por meio da terceirização irrestrita aprovada pelo Congresso Federal.
Há anos o Sindisaúde-RS denuncia a sobrecarga de trabalho a que são submetidos os funcionários dos hospitais do GHC. Não aceitaremos que, sob o discurso de "solucionar" esse problema, a gestão proceda a essa atitude vil, bárbara e arbitrária de romper relações de emprego seguras, trazendo, em seu lugar, a precarização das relações de trabalho, inerentes ao processo de terceirização. Além disso, a sociedade não pode admitir que anos de conhecimento e experiência adquiridos pelas centenas de atuais servidores sejam sepultados em troca de folhas salariais mais enxutas, contudo, muito mais desqualificadas.
Posição da gestão
A direção do Grupo sinalizou, na segunda-feira, que o setor de higienização é um dos que mais corre risco de passar pelo processo de terceirização, autorizado pelo Congresso Federal em 2017. Segundo a diretora Ana Paula Capra, foi comunicado na reunião de segunda-feira que a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), responsável por liberar os recursos federais ao GHC, não está autorizando verbas para contratações e, por isso, a gestão pensa em abrir processo de licitação para contratação de terceirizados.
"Não faz nenhum sentido. O que estão nos dizendo é: não temos dinheiro para contratar pessoal com vínculos de emprego dignos. Mas se for para contratar funcionários com relações de trabalho precarizadas, nós temos", comentou Capra.
A comissão de higienizadores. Da esquerda para a direita: Ana Capra (Sindisaúde-RS), Valmor Guedes (Aserghc e Sindisaúde-RS), Marco Vanzin (Hosp. Fêmina), Marluce da Conceição (Hosp. Conceição), Karine Fernandes (Aserghc) e Alexsander Ramirez (Hosp. Cristo Redentor)