Em assembleia geral realizada nesta quarta-feira (13/11), os trabalhadores decidiram, em ampla maioria, rejeitar o Banco de Horas proposto pela gestão do GHC. A decisão é uma reação dos trabalhadores frente à intransigência durante as mesas de negociação: uma demonstração de que não aceitam a política de perseguições e as últimas ações de administração, como a retirada de direitos provocada pelo Governo Federal.
Trabalhadores lotaram assembleia no salão da Aserghc e rechaçaram intransigência da gestão do GHC
A assembleia
Inicialmente, o diretor de Comunicação da Aserghc, Valmor Guedes, apresentou um panorama das negociações no atual cenário, de reformas e MPs que atacam os direitos trabalhistas. A advogada Ingrid Birnfeld, que conduziu as negociações jurídicas, relembrou as fases da mesa de negociação assim que aprovada a Reforma Trabalhista, em novembro de 2017. Também lembrou que os gestores não aceitaram buscar um entendimento acerca do Banco de Horas condicionado com o Banco de Remanejo, proposta que atendia aos interesses dos trabalhadores, mantendo a igualdade e a isonomia dos direitos.
Mesa que dirigiu os trabalhos, com o diretor do Sindisaúde-RS Arlindo Ritter e a advogada Ingrid Birnfeld, do Paese,Ferreira, jurídico do sindicato
Não à privatização do GHC!
Durante os debates acerca do Acordo Coletivo, também teve destaque a preocupação dos trabalhadores referente ao regulamento de pessoal publicado pelo GHC, a vigorar a partir de janeiro de 2020. Isso porque é sabido que estamos diante do risco de privatização do Grupo: em matéria veiculada pelo jornal Folha de São Paulo, em 3 de novembro, o GHC aparece novamente na lista das empresas públicas que estão no "Plano Nacional de Desestatização" do governo Bolsonaro.
Entenda como o Governo voltou à carga sobre o GHC
Após ter recuado, em junho, do anúncio de início de ano de que o GHC seria privatizado, o plano do Governo agora é deixar a venda de estatais fora do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão comandado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Isso porque a inserção de uma estatal no Plano Nacional de Desestatização - ou seja, a privatização de uma estatal - é determinada pelo PPI. A intenção do Governo é, portanto, retirar o GHC e dezenas de outras empresas do PPI para acelerar as privatizações.
Medidas de gestão deixam claro o perigo de privatização
O regulamento interno publicado pela direção, assim como a falta de diálogo para renovação dos acordos internos, demonstram o quanto é claro o risco de privatização do GHC. Há falta de funcionários, tentativas de precarizar ainda mais as relações de trabalho e as próprias condições do serviço e preparar demissões para, assim, facilitar a entrega da instituição para a iniciativa privada.
Audiência com Ministro Onyx Lorenzoni
A Aserghc e o SINDISAÚDE estão em tratativas para uma audiência com o ministro Onyx Lorenzoni para exigir esclarecimentos da política de privatização. Entendem que é de extrema importância o início de uma forte campanha em defesa do GHC e do SUS 100% público.
* com informações da Aserghc