O secretário-geral do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, foi convidado pela TVE RS para participar de uma mesa de debate sobre segurança nos postos de saúde. Da conversa, mediada por Maria Helena Ruduit, também participaram o comandante da 2ª Companhia do 1º BPM, Major Fábio Kuhn, e a coordenadora do Conselho Municipal de Saúde, Mirtha Zenker. Clique aqui e confira o programa completo!
Jesien debateu com representantes da polícia e do Conselho Municipal de Saúde
Jesien expôs aos debatedores a realidade das categorias da saúde representadas pelo Sindisaúde-RS, cujos relatos de violência em seus postos de trabalho chegam diariamente aos diretores do sindicato. Segundo ele, o principal problema é a falta de sensibilidade da gestão pública em dedicar ao trabalhador da saúde um olhar diferenciado.
"Há estudos que dizem: o (a) trabalhador(a) da saúde tem 16 vezes mais chances de ser agredido. Em torno de 80% das agressões são direcionadas ao técnico de enfermagem. As pessoas não entendem que a falta de remédios, médicos e demais problemas do posto não são culpa de quem os está atendendo”, comentou Jesien. Na conversa, foi colocado dado, repassado pelo Sindicato dos Médicos (Simers), de que o nível de estresse decorrente do trabalho nos postos de saúde em nosso Estado é, muitas vezes, comparável a trabalhos humanitários em zonas de risco.
Jesien ainda lembrou a vulnerabilidade das trabalhadores, que representam cerca de 80% das categorias do Sindisaúde-RS. “Temos relatos de colegas que informaram que, olha, estamos numa área vulnerável com toda uma equipe feminina. Num país em que sabemos que os indicadores de violência contra a mulher são altíssimos, numa categoria que é 80% de mulheres, como não se consegue ter uma visão diferenciada?”
Preocupação pontual
O secretário-geral informou que, no momento, a principal preocupação prática do sindicato é com a retirada dos profissionais de portaria das unidades de saúde da família. “Era muitas vezes quem realizada o primeiro atendimento ao usuário. Hoje, as pessoas chegam ao posto e muitas vezes vão direto à sala do médico, do enfermeiro, com agressividade, porque não há quem realize a triagem”. Segundo Jesien, as equipes ainda estão procurando adaptação para a retirada dessa figura fundamental dos postos.