Quarenta e quatro reais com vinte e nove centavos. Esse é o valor que a lutadora, delegada sindical, vice-presidenta da CIPA e funcionária por 23 anos da PUCRS, Maria Luiza Dornelles Alves, recebeu hoje pela arbitrária rescisão de seu contrato de trabalho.
Maria Luiza foi demitida, segundo a instituição, por justa causa. Logo uma funcionária que, durante as mais de duas décadas em que atuou na PUCRS, jamais teve uma falta ou advertência; que foi eleita por seus colegas para os cargos de delegada sindical do Sindisaúde-RS e vice-presidenta da CIPA, cujos mandatos ainda estavam vigentes, contando, portanto, com estabilidade.
Ou seja: a PUCRS, de maneira absolutamente intolerante, escolheu demitir uma funcionária tão dedicada justamente por uma de suas maiores qualidades: a de defender seus colegas. E no último dia de vínculo com a instituição, Maria Luiza recebeu apenas R$ 44,29 por seus serviços. O simbolismo desse valor não pode passar em branco: é o valor que a PUCRS atribui às décadas de empenho da funcionária.
"Hoje é o dia do meu aniversário, estou às vésperas de me aposentar", comentou Maria Luiza enquanto assinava a rescisão, na tarde de hoje, na sede do sindicato. No entanto, os 23 anos de luta da trabalhadora jogados na lata do lixo pela PUCRS não vão ficar baratos: o Sindisaúde-RS já a está assessorando, e entrará com todas as medidas judiciais necessárias para devolver Maria Luiza ao posto de onde jamais deveria ter saído, para voltar a trabalhar e lutar por justiça para seus colegas.
Rescisão foi hoje à tarde na sede do sindicato
Ações do Sindisaúde-RS
O vice-presidente do sindicato, Julio Appel, acompanhou a trabalhadora no momento da oficialização de sua rescisão hoje à tarde, e deixou claro que o departamento jurídico já está se movendo, para que absurdos como o cometido hoje à tarde não se repitam. "Práticas antissindicais jamais serão toleradas por um sindicato de luta como é o Sindisaúde-RS", afirmou.