Um ano de crise mundial. Sindicatos do Brasil inteiro lutando e, muitas vezes, não conseguindo repor nem mesmo a inflação do período. Uma negociação que começou no patamar dos 0%, em março, com cada um dos sindicatos atuando separadamente, foi finalizada hoje com a aprovação de quase 400 trabalhadores presentes à assembleia geral: o INPC integral, 9,91%, foi alcançado! O teu salário será recomposto, colega!
Aprovação foi praticamente unânime
A luta foi árdua. A nossa maior conquista, certamente, foi o retorno da campanha unificada. Foram 18 entidades atuando em conjunto, em seus meios de comunicação, com apoio aos atos e paralisações. O Sindisaúde-RS teve total protagonismo nessa campanha, com seus dirigentes e sua base compondo quase a totalidade dos piquetes montados durante os atos e paralisações.
Campanha unificada contou com 18 entidades...
... participação efetiva dos dirigentes sindicais...
...e muita unidade das categorias.
O presidente reeleito, Arlindo Ritter, bem como os demais diretores, estiveram durante dias a fio trabalhando quase 24 horas para fazer valer a luta. “Graças à unidade e à união das categorias, essa proposta chegou até a mediação. Assim, a partir de 2017, mesmo parcelado, a gente recompõe o salário integralmente para a próxima negociação. Vamos manter a unidade, e vamos à luta!”, afirmou Ritter, após a assembleia (confira as fotos)
O presidente do Sindisaúde-RS, Arlindo Ritter, que trabalhou com muito empenho buscando a unidade sindical
Diretoria eleita trabalhou dias inteiros nas últimas semanas. Na foto, comemoram integralização do INPC
O Sindisaúde-RS considera uma grande vitória o dia de hoje. No Brasil inteiro, apenas o Sindisaúde da Bahia alcançou o INPC do período na sua negociação. No cenário de crise por que passa o mundo, o trabalhador da nossa base não sofrerá perdas salariais acumuladas na campanha salarial de 2017, pois a reposição futura terá como base o salário integralmente recomposto.
Diretoras do Sindisaúde-RS no piquete. Seguindo da esquerda: Claudia Regina, Lisete Bueno e Patrícia Londero
A proposta
A recomposição se dará em cinco etapas, atendendo às datas-base e índices específicos de cada categoria:
- 3,5% dois meses após a data-base de cada categoria em 2016;
- 1,45% em novembro de 2016 (incidentes sobre o índice anterior);
- 1% no terceiro mês anterior à data-base de cada categoria (incidente sobre os índices anteriores);
- 1% no segundo mês anterior à data-base de cada categoria (incidente sobre os índices anteriores);
- integralização da inflação do período no mês imediatamente anterior à data-base de cada categoria (incidente sobre os índices anteriores), refletindo o valor total do índice.
Exemplo: Sindisaúde-RS tem data-base em abril: as categorias receberão 3,5% (já pagos em junho), mais 1,45% em novembro (incidente sobre o índice anterior), mais 1% em janeiro (idem), 1% em fevereiro (idem) e 2,62% em março (idem), refletindo o INPC desde a sua data-base, dado que os índices incidem uns sobre os outros. Dessa forma, a negociação de 2017 terá como base o salário integralmente recomposto, ainda que de forma parcelada.
Contraponto
A alegação de que o trabalhador não terá o salário integralmente recomposto é inverídica. O que ocorre é que teremos perdas relativas a cada mês de 2016. No entanto, o item mais importante dessa vitória é o fato de que, quando a campanha de 2017 começar, estaremos negociando com o Sindihospa um novo reajuste com base no salário integralmente recomposto, não gerando nenhuma perda acumulada futura.