
Piquete Cabo Toco 2023
Uma da bandeiras de luta que o Sindisaúde-RS sempre levantou, em meio a uma sociedade tão preconceituosa, é a diversidade de gênero. A primeira ação efetiva a favor da comunidade talvez tenha sido quando o Sindisaúde-RS garantiu, em 2017, o mesmo direito à creche para casais homoafetivos de que já dispunham casais heteroafetivos: esse direito passou a constar na Convenção Sindihospa.
Ao longo dos anos seguintes, o sindicato foi procurando, pouco a pouco, melhorar e evitar falhas no atendimento à comunidade LGBTQIAPN+ e, em 2023, essa luta se tornou mais institucionalizada dentro do próprio sindicato. A cartilha de apoio a profissionais da saúde para o enfrentamento da LGBTfobia, um espaço dedicado no site para o assunto e a inserção de perguntas específicas sobre a comunidade em nossas assembleias virtuais são algumas das ações institucionais tomadas.
Diretoria a participantes do sétimo "Encontro"
Principal ação, o "Encontro", pela primeira vez no Acampamento Farroupilha!
Sem dúvida, porém, a ação de maior sucesso tem sido nossas rodas de conversa periódicas com a comunidade LGBTQIAPN+, às quais o sindicato deu o nome de "Encontro". Nessas reuniões, que vem ocorrendo mensalmente desde março, o Sindisaúde-RS leva expoentes da comunidade, em especial vinculados à área da saúde, bem como trabalhadorxs com compartilhamentos a respeito da luta.
Na noite de ontem (13), em um espaço tradicionalmente muito masculino e masculinizado, o "Encontro" levou quase 30 pessoas ao Piquete Cabo Toco para tratar justamente desse tema que afeta todes: a toxicidade das masculinidades e das inequidades de gênero. Para discutir o tema, o sindicato convidou Marcos André Conte, cientista social e mestre em Sociologia, e Ulysses Costa, gestor de pessoas focado em segurança psicológica.
Marcos e Ulysses, caseiros de roda de conversa entre homens
Cheia de dados para todes entendermos porque é crucial para a sociedade que homens discutam a masculinidade!
Além de suas formações, ambos profissionais compartilham de uma função extremamente importante: são caseiros de grupos de conversa entre homens. Afinal, uma das maiores dificuldades do sexo masculino é, justamente, conversar, ato que por vezes revela fragilidades. E em um país tão calcado no machismo e na masculinidade, homens conversarem em meio a um ambiente tradicionalmente tão masculino quanto o Acampamento Farroupilha é, certamente, revolucionário.
"Os encontros continuarão sendo feitos periodicamente. Eles têm nos dado subsídios para podermos tomar ações voltadas à comunidade LGBTQIAPN+, coisa que o sindicato vinha tateando para fazer ao longo dos anos. Queremos ser, cada vez mais, o sindicato de todes!", comentou a diretora da pasta de Raça, Gênero e DIversidade Sexual, Catarina Gomes.
Em uma noite de temporais por todo RS e POA, participação foi ótima
Crédito das fotos: diretora Catarina Gomes e diretor Carlos Alexandre Silveira